segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013



Ao ler Drummond,
Não percebia que tudo a sua volta sumia.
Ao ler Quintana,
Não sentia que todos os cheiros coçavam seu nariz.
Ao ler Borges,
Não observara que o chão lhe era roubado.
Ao ler Baudelaire,
Não via que sua língua
se alongava como a de uma serpente.
Ao ler Rimbaud
Não sabia que pisava em poça de sangue.
Ao ler Göethe,
Não ouvia o diabo clamando seu nome.
Ao ler Pessoa,
Não sentia o frio na barriga.
Ao ler Proust,
Não lembrava mais de seus amores.
E ao fechar os livros
Confundia todos os seus sentidos.

Élisson Silva

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