De
Mara Paulina Arruda.
Um fazendeiro vendeu parte de suas terras para uma
imobiliária. A imobiliária viu que naquele pequeno bosque poderia ser um lugar
de grandes negócios e começou a lotear. Um bem-te-vi recém iniciara um ninho e
preparava-o para uma fêmea.
Chegaram tratores. Viraram terra, derrubaram barranco,
amontoaram gravetos. Os quero-queros, amigos de longa data, tinham apreendido a
linguagem dos humanos com outros pássaros que moravam no pantanal e transmitiam
para o bem-te-vi a conversação que os homens faziam. O bem-te-vi conjeturava.
Foram chegando mais homens com serras e machados. Puseram abaixo araucárias,
eucaliptos, árvores frutíferas e inclusive a do bem-te-vi que nem teve tempo de
juntar as últimas folhas antes de sair.
Estes foram os sinais encontrados dele na margem do
açude.
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