domingo, 10 de fevereiro de 2013

De Mara Paulina Arruda.

Um fazendeiro vendeu parte de suas terras para uma imobiliária. A imobiliária viu que naquele pequeno bosque poderia ser um lugar de grandes negócios e começou a lotear. Um bem-te-vi recém iniciara um ninho e preparava-o para uma fêmea.
Chegaram tratores. Viraram terra, derrubaram barranco, amontoaram gravetos. Os quero-queros, amigos de longa data, tinham apreendido a linguagem dos humanos com outros pássaros que moravam no pantanal e transmitiam para o bem-te-vi a conversação que os homens faziam. O bem-te-vi conjeturava. Foram chegando mais homens com serras e machados. Puseram abaixo araucárias, eucaliptos, árvores frutíferas e inclusive a do bem-te-vi que nem teve tempo de juntar as últimas folhas antes de sair.
Estes foram os sinais encontrados dele na margem do açude.


Nenhum comentário: