quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ser poeta não é destino, é escolha. Ser poeta não é escolha, é destino. É um destino que é escolha. É uma escolha que é destino. Ser poeta é hesitar entre o destino e a escolha. É escolher a brecha entre a vocação e a determinação. Determino o meu destino: sou poeta. Escolho o vórtice (não o vértice) entre a palavra escolhida e a palavra encontrada: a palavra perdida. Ser poeta é bailar no vazio, fazendo do silêncio seu refrão. Ser poeta é tomar o pulso das palavras. Cortar o pulso das palavras. Ser poeta é sangrar nas palavras. Até que elas componham um novo silêncio. Ser poeta é destino. E escolha. Escolho doravante o meu destino e me ilumino todo nesta noite.
Otto Leopoldo Winck

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