sexta-feira, 25 de agosto de 2017

POEMA AO “WENCESLAU BRAZ”


(Vicente Bastos)

O Apito do Vapor despertava a cidade
para as emoções da espera.
José Antônio de Souza

Cantaram e cantam prosadores e poetas:
Quando o apito do pontal pronunciava,
De multicor a balaustrada se ostentava
E na cidade toda, milhares de profetas:

“Evém o Venceslau ! Mentira é o Raul!
É o Benjamin! Será o Saldanha Marinho?”
Alegres Paixões, corações: burburinho!
Atendiam o agudo e doce silvo mais ao sul.

Flutuando alvissareiro a favor da correnteza
O Vapor se anunciava à multidão fremente,
Atracava alto, era estação de enchente.
A bordo vida, nautas, uva, seda javanesa...

A bordo, vida, víveres, querosene, sal...
Com destino a Januária largara de Pirapora.
Predisseram o apito! Era mesmo o Venceslau,
Há dois dias no caudal Velho Chico de outrora.


                

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