Quando me fogem as respostas a tantas perguntas que faço a
mim mesmo, e busco nos sábios conselhos do meu travesseiro tão mudo e tão
quieto, ou nos ditos escritos há muito da filosofia que o homem criou. Por que
se perdeu apenas um elo e com ele a verdade que tanto queria. Só teoria de
vários começos, cheios de tropeços e de contradições, do barro ou explosões, em
fim de onde surgi? Daqui para onde vou, se é que ainda vou a algum lugar, se
sou ou não sou eis ai a questão. Se fui feito a imagem do meu criador, por que
alguém me ensinou que minha espécie evolui, o que se conclui que ele também
mudou? Quando será que o homem terá a resposta completa, será que isto importa,
depois de Inês morta e a terra deserta?
São tantas perguntas que todas juntas encheriam o mundo, um
fardo tão pesados que carregamos as costas, sem a verdade é impossível saber, o
que é mais importante? Se o que move o mundo não são as respostas, mas sim as
perguntas. Quem poderia dizer-me? Ninguém? Ai está mais uma pergunta, que
também vai ficar sem resposta.
José Tavares
J. Norinaldo.
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