sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

COMENTÁRIO DOS COMENTÁRIOS - I





  • O Desfile das Escolas de Samba acabou. A apuração já aconteceu. Vitoriosos felizes. Outros nem tanto. O Carnaval já passou. Então agora posso me pronunciar.

    Não vejo que uma 'Agremiação' esteja acima ou abaixo de outra. Vejo como sempre vi a união de diversas pessoas de várias comunidades, exaurindo-se em meandros e afazeres com um só objetivo. Botar a escola na avenida e, Todos conseguiram, tapando a boca de muita gente, que gostaria de ver isso..., não acontecer.

    Quem me conhece sabe, que durante 19 anos participei ativamente do Carnaval de Curitiba, desse carnaval que muita gente diz não existir.

    Este ano, resolvi me ausentar. Nem à avenida fui. Resolvi ficar de fora mesmo. Queira eu ter outro prisma visual. De dentro, muita coisa não se vê. Só que optei por assistir a transmissão pela e-paraná que anunciou a cobertura do desfile.

    A transmissão não estava boa. Não era a qualidade da imagem, essa até que apresentava bons takes, mas, o som, esse estava péssimo. Segundo deu para notar, os comentaristas estavam num caminhão da emissora, estacionado na área de desfile, portanto, o som da avenida permeava as paredes do veículo, e se misturava ao que os comentaristas, infelizmente falavam. Como eles não apareciam, o que eu percebia é que havia uma imagem e duas linhas de som sobre a mesma imagem. Uma que conduzia o samba cantado, e a outra, que apresentava os comentários.

    Uma repórter de pista, muito fraca, que tecnicamente não estava preparada para transmissão do gênero, se perdeu várias vezes no que dizia, se repetindo e deixando passar boas oportunidades de entrevistas.

    Mas, se fosse só isso, eu abaixaria o som e me ateria as imagens, contudo, com a entrada do Rancho das Flores, me aterrorizei quando ouvi a letra da Marcha Rancho, composta por Luiz Ferreira e Rodrigo Barros. Na falta de melhor rima para terminar a letra, saiu uma pérola, desancando com os pobres idosos componentes do Rancho. Os 'infelizes' versos finais são:

    Rancho das Flores,
    Na avenida é tormenta,
    E a nossa alegria,
    Só aumenta.

    "Rancho das Flores ser..., "Tormenta"..., foi um pouco demais, não?

    E depois, outras pérolas continuaram a ser jogadas, só que como eu não sou porco, peguei-as todas, e dessa vez por conta da transmissão da TV.

    - "O carnaval é "festa" de "quem está sozinho"" - Falar isso numa transmissão de carnaval é triste...,
    - "Temos uma "maldição" no Brasil" - Um desfile de Escolas de Samba acontecendo e o reporte sai com essa...,
    - "Um time que "sumiu" há algum tempo" - Para esse energúmeno, o time, seja lá qual for, se escafedeu...,
    - "Encerrando o fechamento" - Essa frase é digna de ENEM realizado no interior da Tailandia...,

    Não satisfeitos, resolveram dar, ou melhor, relatar a programação dos desfiles das escolas, dali pra frente, e ao final, arremataram com mais uma pérola. "tem ainda a homenagem ao Maé da cuíca no meio do caminho".

    Os dois comentaristas que abriram a transmissão, continuaram com o FEBEAPÁ *, como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta, e, soltaram mais algumas, como..., 'Estaramos' ao invés de 'Estaremos' - 'Pegar meus alfarrábios' (?) - 'São uma escola', e na sequência quando entrou a escola "Leões da Mocidade" trocou o nome, tirou o 'leões' e deixou só..., 'mocidade'. Alguns termos, de tão repetidos chegaram a cansar meus ouvidos. "Na verdade", foi tantas vezes falado, que perdia conta, parei de contar em 19. Quem falou isso foi o comentarista Adilson Farias.

    Entrou a escola "Bairro Alto" e soltaram mais uma..., "Uma escola bastante grande". Observo que essa escola foi desclassificada por não apresentar o número mínimo de integrantes exigido pelo regulamento.

    Noutro momento..., "Ai vem apenas 2 carros. É bastante coisa". Pergunto..., 'Apenas' e 'bastante' são a mesma coisa?

    E com certeza, uma das melhores foi..., "A comissão de Frente abre a escola e fecha o enredo"


    Grato pela paciência de lerem até aqui.

    * FEBEAPÁ - 'Festival De Besteiras Que Assola O País' - (1966).

    Olinto Simões - 15/02/2013

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