Noventa novenas para a
névoa em forma de sombra
sobras de uma vida que
dançava na tempestade
sonhando ser água pura
fervendo no asfalto
marcas do silêncio no
caminhar maldito da memória.
reza a estória que o
fantasma sem nome alimentava-se
da fome, da guerra e da
peste.
Faminto de fome não
passou
da guerra bebeu todo o
sangue
a peste sua assinatura
nas crianças que não nasceram.
O espectro do esqueleto
imortal perseguia a bruxa,
a macróbia camponesa
pelos campos radioativos e rios
que suplicavam água para
viver.
Voraz silêncio depois da
chuva de metal
semeando campas em
aldeias- lápides
só o fogo iluminando a
lua ausente ao entardecer.
Wilson Roberto Nogueira
2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário