segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sofria de falta de importância.
Um dia, acometida de crise aguda, tomou um cafezinho num boteco e sumiu.
Anos depois, um poeta pós-moderno a encontrou e a levou para tomar ar e sol.
Curada da desimportância, ela agora sorria e aplaudia ao ouvir rimbaud
e baudelaire.

E o poeta jamais lhe disse que a encontrara morta, toda encolhida, misturada
com restos de açúcar demerara, dentro de um mísero sachê antigo de bar.


Lilly  Falcão

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