quinta-feira, 30 de março de 2017

A Palavra


A palavra esculpida a barro de molde
Tremas alçam voos delinquentes
Abandona-se sotaques ao futuro
Perde-se status, um karaokê de fuzis
A palavra encantoada por todos eles iguais
A desdita sonora que reedita a falta
Da lágrima de um pobre ser um corpo dialético
E o riso do rico, a histeria do tédio
Do dizer sempre igual sem dizer, nunca, mais
Abismo de confabulações
No fundo, um verso, um tigre metálico, o neoidioma
Surge, assoberbado, elétrico, mordido, de sinais
*


 Ana Peluso

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