"A globalização do medo é um fato inconteste. O mundo
no qual crescemos não mais existe. Os valores com os quais modulamos nosso
caráter passaram de moda. Os magérrimos mas efetivos bons exemplos sucumbiram
sob o peso da mais obesa e obtusa arrogância. O mundo que sonhamos é hoje um
terrível pesadelo".
Desde a minha última mensagem, meu amigo, são muitas as
mudanças que ocorreram.
Sim, aqui...
...a liberdade pediu concordata, e a "democracia"
fabricou uma falência fraudulenta;
a esperança fechou para balanço, enquanto a ignomínia é
candidata ao Prêmio Nobel;
a vergonha fugiu da cara sem vergonha, e a globalização
seqüestrou o livre arbitrio;
ao futuro agora só se entra com convite, enquanto os povos
são punidos sem processo;
os princípios e valores estão amordaçados, e a desvergonha
confiscou nossos direitos;
a mentira fantasiou-se de verdade, enquanto a Humanidade
está pagando um alto preço;
as promessas morreram incumpridas, e as divergências
murcharam por decreto;
a Cultura hoje é um quase-terrorismo, enquanto o cinza
substitúi ao arco-íris;
a ordem dos fatores já altera o produto, e o medo triunfa em
todos os comícios;
o grito rebelde é punido sem piedade, enquanto o discurso de
joelhos é louvado e aplaudido.
Sim, a sociedade transformou-se num patético rebanho, e os
seus líderes em pequenos ou enormes açougueiros, e as suas bombas resultaram
demasiado inteligentes para aqueles que as usam ou as sofrem, e os mortos
inocentes são os grandes perdedores da batalha mãe de todas as batalhas.
Bom, um pouco mais ou um pouco menos, isso é o que é. O que
há. O que foi. Só não sei se é o que será.
Mas agora, antes de terminar esta missiva, peço-lhe
encarecidamente que me diga se aí em Saturno onde mora continua tudo tão tranqüilo
como antes, ou será que também?...
Um abraço interplanetário,
Bruno Kampel
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