domingo, 19 de março de 2017

XANGÔ SOBERANO



Bate atabaque
Roda Yaô
Quem não é rodante
Quem não se garante
Se ponha de lado
Que aí vem Xangô.

Sua força de elefante
Logo se faz notar
No toque do agogô
Na música que vibra no ar
No jeito garboso, faceiro
Cambono, não fique parado
Colha o quiabo no terreiro
Vá preparar o Amalá.

A roupa é branca e vermelha
O fogo que tudo queima
Brilha no seu olhar
Inebriante centelha
O poder de governar
É a força de seus Oxés
Se, com ele, nada tema
A Justiça está aos seus pés.

Ele é o meu Orixá
Me abençoa a cada manhã
Grande e forte Songó
Filho benquisto de Oranian
Poderoso Rei de Oyó
Esposo primeiro de Iansã
De amor, chorou por Oxum
Foi amado, mas não amou Obá.

Kawô Kabiesilé!
Soberano sempre lembrado
Do alto de um trono de pedra
Logo abaixo de Oxalá
Ilumina o meu caminho
Com Ele do meu lado
O desespero não medra
Nem na morte estarei sozinho.

- por JL Semeador, em 21/10/2009 -

Publicado no Recanto das Letras em 21/10/2009

Código do texto: T1879533

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