segunda-feira, 6 de março de 2017

" O trabalho de tradução de um poema deve levar em conta o sentido do poema, os efeitos sonoros, a métrica, as rimas, o jogo de palavras, os trocadilhos, os duplos sentidos, as polissemias e ainda procurando obter um efeito poético vivo equivalente na outra língua.
A tradução tem muito de malabarismo, ou melhor, de caminhar na corda bamba. Você se arrisca a escorregar e cair a cada passo e, mesmo que tenha conseguido chegar quase ao extremo da corda (ou do texto), o escorregão é sempre um desastre, a queda uma escoriação no seu ego. Talvez seja por isso que os tradutores temem, em especial, os falsos amigos - essas palavras que nos parecem familiares, iguaizinhas às nossas, mas que, na verdade, constituem uma tremenda casca de banana no caminho do escorregão. "

Ivo Barroso, tradutor e poeta.

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