amizade não era. não se pensa num amigo todos os dias. e
ninguém tem medo de "perder um amigo" - é o único sentimento e o
único vínculo sobre os quais temos certeza....
tinha então essas três pistas: pensava nela todos os dias,
tinha medo de perdê-la e um vínculo, um sentir sobre os quais não tinha certeza
alguma!
ah,,, o sorriso! não podia se esquecer do sorriso... para
muitos uma bobagem, um sintoma jamais levado em consideração... para ele,
vital. sempre que achava que estava amando ou prestes a amar, abria-se nele o
sorriso mais límpido e cristalino, quando pensava ou estava com a criatura. o
sorriso que estava em seu rosto, naquele instante exato!
ah... mas podia ser um misto de carências com admiração, o
que exacerbado, confunde-se com amor.
e cada vez que o cérebro vinha com um "ah... podia ser
isso, ou aquilo..." - o coração sorria calado, e parecia a ele um sorriso
muito irônico.
desistiu de pensar... se não era amor, nunca esteve tão
enganado na vida. se não era amor, nunca desejou tanto viver uma mentira, um
autoengano. se não era amor, teria que inventar uma palavra nova para explicar
a sensação de alegria serena, o aconchego que o acometiam quando ela estava próxima
ou imaginava os dois juntos.
e sorriu, ele e o coração junto, quando pensou:
"se não é amor, é o "não-amor" com mais
cheiro, gosto, jeito, cara de amor que já tive as sementes todas, todas,
plantadas
em mim..."
.
(eduardo ramos)
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