Tento me alimentar da tua sombra, enquanto os ossos se
equilibram no impossível, com suas duas línguas ofegantes, seus olhos de
predador alucinado de angústia, quando você cerra os olhos também fecham as
cortinas do meu espetáculo, fico desorientada atrás da cortina falando ainda o
texto que deveria ter exposto enquanto o mundo existia por aqui, um sopro teu:
desabar de alegria, um gesto teu: megalomania do espaço lascivo. Ser mais de
um, ver seus tentáculos à mostra nas mãos alheias, não deter os vapores das casas
de ópio da alma. Nunca falar e nunca calar, você faz de mim paradoxo
inconveniente pedindo carona, é tempo de infernalmente florir, vejo isso e não
tem volta
Rita Medusa
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