Noite morta natimorta:
que já aviso dera o sono de não vir.
Sonhos e pesadelos não serão, sussurou-se.
Não haverá o vôo entre pássaros azuis,
mulheres não mutilarão os dedos,
nem chuva incessante de coloridas contas
ou queda brusca em buraco,
roupa que encolhe
e atraso pra prova.
Será um dia escuro, a noite natimorta.
Será um dia enluarado,
com olhos estalados no teto do quarto,
depois no azulejo do banheiro e
ainda nadando na água do copo.
A noite morta ressuscita prenhe de um
orgasmo prestes a nascer na boca da namorada,
de um velho a dois minutos da morte,
de uma sirene que mergulha no breu
e de um cão que a pescará sempre.
Noite morta natimorta
meu insono te adivinha.
Luciana Cañete
Nenhum comentário:
Postar um comentário