sexta-feira, 21 de abril de 2017

CELLO


é infinitesimal o segundo do décimo de tempo
em que me rendo à paisagem tardia desses olhos fixos
auréolas escuras de vigésimo de instantes
- antítese no som de cello de Bach e adjacências -
nem todas as reminiscências são castanhas em dó ou Sol
antes, enviesadas, cortam um céu de vadios
e vacilantes arquejos sonados
das suítes ressonadas
pautas embriagadas de fé e fúria
- antes do amor é a fuga -
a esperança única de horizonte inteiro e virgem
adormecida nos cristais perfumados da vigília oriente.

Jandira Zanchi (Área de Corte, Patuá)

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