Da primeira dúvida à última tacada, conheço a lama miraculosa. Âncora em punho caçando o mínimo.Para que mais vivem os poetas?Tantas águas.Teatro sonâmbulo, baralho tosco, cartas espatifadas contra silêncio e bruma. De carne e osso , porém além. O que retorce a turba e treme diante de um sopro?Sofro e desfruto o fundo do poço, de onde são nítidos os astros. Sílabas vulneráveis.Tarefa obscura. Vamos, verbo, avança além do ruído e faz da fala um mar tão límpido que lave resíduos de guerras, todas perdidas. Velas abertas. Navegar o imperecível. Aceno para o poeta de olhos glaucos, que há pouco partiu a bordo de seu verso: Nada se diz senão o indizível.
Ledusha Spinardi.in Risco no Disco. FSP. Mais !08/11/1998
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