Estamos exaustos
de regar plantas
e dores
e de amores
exaustos
de esperar cartas
e livros
e dias melhores
exaustos
de apertar botões
de elevadores,
pôr gasolina
nos carros
de trabalho dinheiro
trabalho
exaustos
de planos
e de metas
e de promessas
exaustos
de verões
e de invernos
e de outonos
e primaveras
exaustos
da procura pelo verso
inconteste
o verbo inconteste
exaustos
de feiuras
e de belezas
e espelhos
exaustos
do exercício
casto da ordem
e da desordem
exaustos.
Katia Borges
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