sexta-feira, 21 de abril de 2017

MEIA FURADA


Se a meia furou, remenda!
Vai sair melhor do que a encomenda...
Se a vida azedou, insiste!
Passarinho voou, fica sem alpiste...
Eu devo confessar que nos dias de hoje estou meio louco,
corro de lá pra cá, o trabalho é demais, e o salário, pouco...
Minhas coisas do amor, eu devo confessar, ando sobre o fogo:
casamento acabou, e todo dolorido já entro em outro...
Se a meia furou, remenda!
Vai sair melhor do que a encomenda...
Se a vida azedou, insiste!
Passarinho voou, fica sem alpiste...
Quando pego estrada, o meu carro quebra, e o pneu fura...
De noite, na festa, eu tiro o chope sem a levedura.
Depois do descanso eu já vou trabalhar, que a vida é dura,
se é só vadiar bebendo num bar, já não tem mais cura.
Se a meia furou, remenda!
Vai sair melhor do que a encomenda...
Se a vida azedou, insiste!
Passarinho voou, fica sem alpiste...
Desde anteontem meu computador já quase não computa...
Internet caiu, o monitor queimou, só ficou a lata.
O programa travou, o teclado pifou e desistiu da luta,
Computando tudo, parece que ele tá bom pra sucata.
Se a meia furou, remenda!
Vai sair melhor do que a encomenda...
Se a vida azedou, insiste!
Passarinho voou, fica sem alpiste...
Quando o poste caiu, energia faltou, e eu fiquei no escuro,
fiquei sem novela, sem vela, sem tela, nem noticiário.
Quando voltar a luz eu sacudo a poeira e saio do muro,
prometo a mim mesmo contar como foi no querido diário...
Se a meia furou, remenda!
Vai sair melhor do que a encomenda...
Se a vida azedou, insiste!
Passarinho voou, fica sem alpiste...


Letra e música: Bento Ferraz

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