Eu sou mineiro de Minas,
Lá das tais Minas Gerais,
Canto versos, faço primas,
Até não conseguir mais.
O meu pai foi sertanejo,
Minha mãe foi só desejo...
Nas montanhas fiz a rede
Pro meu corpo descansar.
Fui matar a minha sede,
Bem distante do teu mar.
Nasci lá na Mantiqueira,
Na minha terra mineira!
Quem me ensinou a pescar,
Foi o meu velho Francisco,
Como é belo esse luar,
Mesmo crispando o corisco.
Na beleza das campinas,
Vou te conhecendo, Minas.
São diversas minhas dores,
Como é belo entardecer,
Tuas matas, meus amores,
Nos teus braços, vou morrer!
Nas tuas guerras fiz paz,
Em teus abraços, Gerais!
Sopro o vento lá na serra,
O vento vem de mansinho,
Canta o canário da terra,
Também canta o coleirinho...
Tanto canto que é capaz,
Encanta Minas Gerais...
Meu lamento vem distante,
A saudade dess’ alguém!
Meu amor, por um instante,
Tanto amor tamanho trem...
Sou mineiro e tenho fé,
Nascido em Muriaé!
Menina, faça o favor,
De me prestar atenção,
Tô falando d’ocê sô!
Vem vindo do coração.
A dor não mais arremata,
Pois sou mineiro da Mata!
Viola de doze cordas,
São cordas do coração,
Vê menina, vai acordas,
Chora meu violão!
Eu sou mineiro da Mata,
Ouça a minha serenata!
Eu comi feijão tropeiro,
Misturado com tutu,
Eu bem sei do mundo inteiro,
No buraco do Tatu...
Minha mãe é carioca
Mas conheceu engenhoca!
Tomei muita da guarapa,
Adocei o meu café,
Onça matei foi no tapa,
Com pescoção e chulé...
O meu pai de Miraí,
Bem perto d’onde nasci!
Fiz meu canto no repente,
Nem pensei no que ia dar,
Em careca, passo o pente,
Tiro poeira do mar.
Tanajura? Comi prato.
Bebi Iara no regato...
Vou terminando meu verso,
Tô cansado de rimar,
Vou buscar meu universo,
Juro, mais tarde, voltar...
Agora vou terminando,
Devagar, já vou andando...
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