sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SONETO AO LEITOR

    
A ignorância, o pecado e a tolice me irritam.
Respiro fundo e eles dentro ardem e crepitam.
Aos pulmões trago um ar impalpável da tarde,
Como os remorsos que nos espíritos habitam.

Nunca confessamos a ilusão que amordaça.
Às tramas da mentira retomamos a estrada.
Sorte dos mendigos que exibem sordidez,
Sonhamos alegre que a nódoa se desfaça.

E assim seguimos alquebrados e ofegantes,
Já dos olhos e força do Amor tão distante,
Como os símios com suas caretas ao destino.

Caras e guinchos atrozes do armagedon,
Você Leitor é tão hipócrita quanto irmão,

Não lança nem um grito presse desatino.

Eduardo Ribeiro  

Nenhum comentário: