Despojar-me-ei dos meus medos,
Caminharei sem descanso, neste chão
Com a dureza das agruras da vida
E alcançarei o limiar deste meu alvorecer,
Numa busca incessante do razoável!
Deixarei perdidos no tempo,
As vivências insalubres, sem sentido
E terei inexoravelmente de encontrar
A razão, para um viver sem anseios desatinados,
Nesta selva de empedernidos contrastes!
Espero que neste longo caminho,
Galgado sob intempéries de olhares de viés,
Encontre as ruelas da tranquilidade,
Que me permitam atingir a indiferença
À maldade e ignorância,
Da bestialidade humana!
Irei sempre fintar as rasteiras da vida;
Quero somente encontrar a alvura da solidariedade,
Iluminada pelo sol da esperança,
Chegar ao ocaso da serenidade
E ser envolvido no manto lunar da felicidade.
José Carlos Moutinho
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