Soltam-se suspiros do seu peito,
Como lamentos da alma, despertados!
São ais, que se deixam levar
Nas ondas imensas da saudade;
Vagueiam por este mar sem fim,
Recuando a um tempo
Em que a saudade não existia;
Esta, dava lugar ao amor e ao sonho
De uma paixão inventada na luz da ilusão!
Mas esse mesmo tempo implacável,
Tornou essa luz em penumbra,
Encobrindo o brilho de um sentir
Agora melancólico e nostálgico!
Os pensamentos, esses elevam-se
Acima dos lamentos e ais
E voam, perdidos em esperança e desilusão,
Em busca de um porto de abrigo
Em que finalmente,
Possam deixar de suspirar, no seu peito.
José Carlos Moutinho
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