Lua nublada?
Vez em quando aparece,
quase sempre se esconde.
Madrugada de outono,
onde o silêncio enlouquece
e a cidade não dá conta
de como é feio o abandono.
Ruas desertas, esquinas vazias,
portas e janelas fechadas
e alguns poucos carros
passam e não param.
Ainda existe o orvalho,
tipo lágrima discreta.
Ainda existe a espera,
coisa estranha e inquieta.
Lua nublada?
Já foi cheia e exibida
dentro do meu quarto,
já dançou noites de insônia,
bebeu todo o meu absinto,
fez juras de amor eterno
e depois minguou.
Hoje é só nublada:
vez em quanto aparece,
quase sempre se esconde
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