terça-feira, 4 de março de 2014

Cigana na Estação de Trem



Sou uma cigana na estação de trem
Pois confundi o mal com o bem!
Numa noite de puro luar
Num “gadjo” fui acreditar!

Decidi abandonar meu acampamento
Por uma casa concreta de madeira,
Em nome de um breve sentimento,
Mas, agora percebi que fiz besteira
E derramo lágrimas ao relento!

Antes de você me beijar
Eu era alguém, uma cigana
Agora não consigo nem bailar
E perdi os rastros da caravana!

Sou cigana na estação de trem
Vendo os vagões que vão e vem!
Eu olho no metal do trilho
E vejo que perdi todo o brilho!

Arranquei o lenço da minha cabeça
E ele virou o véu da fantasia!
Como você quer que eu esqueça
Tudo que aconteceu da noite para o dia?
Sou cigana na estação de trem
Pois, confundi o mal com o bem

Não danço mais ao som do violino
Agora, sou apenas um ser sem destino
Rodopiando em pleno desatino!

A paixão cega é perigosa,
 Cruel, maldita traiçoeira
Sua conseqüência é dolorosa
Não sou mais aquela cigana faceira.

Luciana do Rocio Mallon

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