quarta-feira, 2 de abril de 2014

--Bom dia, senho!
--Bom dia, seu moço.
--Não sou moço,mas senhor pode continuar me chamando !
--Desculpe, eu to vendo que não é moço, é a maneira de falar mesmo.
--Então, vim aqui para acompanhar a obra.
--O senhor é o proprietário do imóvel?
--Sou eu mesmo, o dono!
--Está com pressa que eu acabe?
--Sim, estou doente, quero ver terminado o quanto antes. Vejo que você esta usando azulejos de cores diferentes, esta ficando péssimo isso.
--Uso o material que tem. Foi o que me deixaram aqui. Foi um moço novo que trouxe.
--Deve ser meu filho amado, falei pra comprar uma mercadoria de boa qualidade.
--Pois é, esse aqui de boa qualidade não te nada, deve ser de terceira e final de estoque.
_Vou falar com ele , depois. Mas essas peças brancas não tem nada a ver com o resto da construção. Esta muito feio!
--Estou só aproveitando umas que tinha aqui, o que o moço, que não sei se é seu filho amado, trouxe não daria conta do acabamento.
--Não estou gostando nada disso, não mesmo. Está torto, esta ficando mal colocado!
__Olha aqui, seu moço velho! Quebro um galho, quando precisa. Não sou pedreiro profissional. Sou coveiro, por mim, faria o buraco, jogava dentro, enterrava e fim. Mas não sou eu que escolho o serviço. Mais uma coisa, o senhor , moço velho, é o cliente morto vivo mais chato que já trabalhei!

Rascunho JDamasio

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