quinta-feira, 2 de março de 2017


Por vezes acordo na noite com calafrios nas pernas. Não é frio nem calor, mas um formigamento de fios em curto-circuito no emaranhado de nervos e ossos que faz falar em mim o animal da angústia. Isto geralmente acontece quando estou sendo perseguido no sonho. A razão é que o corpo sente primeiro aquilo que só venho a sentir depois, como um pressentimento de tempestade no interior de um barco instável. A sensação é senhora absoluta de si mesma. Não há nada a fazer quando o corpo se manifesta (como dissuadi-lo de sentir?) à beira do abismo, os braços à deriva como um náufrago

Luiz Augusto Contador Borges

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