Quando estiveres só,
no intervalo entre amores,
se ainda existe encanto,
dá a mão ao meu verso.
O meu verso te deita na mesa
ainda, e pisas no seu peito,
nas suas faces ainda,
com a mesma febre e ternura.
O meu verso não esquece
dos teus pontos francos,
onde gritas, onde sorris
a chorar, onde estremeces.
Há uma palavra da língua
da chama que só derramo
em teu ouvido, e o codicilo
dum sonho guardado pra ti.
A marca rosada
da tua sandália, a borda arrepiada
do teu mamilo, a gota salobra
no cálice do teu umbigo:
saudades em macro.
Retrato rasgado,
juntado com Durex; o amor via Sedex;
um gosto de língua na língua sem
gosto e um rosto na janela introvertida.
Quando estiveres só,
se inda houver chama,
dá a mão ao meu verso,
ao meu reverso: me chama.
Igor Buys
26 de maio de 2012
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