Ah, o amor
Essa maçã mordida que escapou das mãos
Foi parar embaixo daquela cômoda
As formigas em fila devorando suas fibras
Num dia de faxina
Abrem-se as cortinas
Fastam-se os móveis
Suas sementinhas largadas
Os dedos buscam averiguar que fruta é aquela
Mas que importa?
E as mesmas mãos lançam pela janela o que restou do amor
Por sorte cai no jardim
Por sorte é um dia de chuva
Por sorte a semente afunda
Olha, brotou um raminho bem pequeno
O cão fuça, arranca com os dentes e depois cavouca a terra
puxando as frágeis raízes
Mas era domingo e o jardineiro acordou aquele dia com uma
disposição danada
Assionara Souza
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