domingo, 9 de abril de 2017

Não há culpa

Não há culpa
se os olhos, tão grandes
derrubam cercas e aramados
confusos, estes nomes
não podendo estar mais próximos
que pairados no ar e no amor.
Não faço culpa a ninguém
de olhar com invasivo medo
texturas, tempestades
imprecisões do arrepio
e do aroma à luz
de transversais dos sentidos.
Veja, me veja
no alambrado míope
destes olhos, torcedores
tragicômicos da beleza.
Testemunham a dilatação
progressiva de um invento
ou confirmação -
não há culpa em saber
olhar.

Roberta Tostes Daniel

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