sábado, 9 de setembro de 2017

ALMA POÉTICA PENADA



Sozinho, na madrugada,
Sigo a minha sina,
Alma poética penada,
À cata de versos,
Em busca desesperada.

Vagueio, nessas horas,
Depois de desistir das ruas,
Por páginas em branco,
Deixando rastros de palavras,
Grafadas carinhosamente,
E que assombram quem as lê,
Na apavorante suposição
De surgidas do fundo
De dicionários antigos,
Na pré-história da língua, editados,
Muito antes da reforma ortográfica,
Com seus acentos fantasmagóricos
E seus tremas errantes,
À procura de uuuuuus. . .

Com a alvorada,
Aquieto-me,
Retornando para junto
De vestutos alfarrábios,
Onde, bem distante
De todas as modernosidades lingüísticas
E, inacessível ao assédio
Do monstruoso internetiquês,
Em paz, repouso,
À espera de uma nova madrugada.


- por JL Semeador, na Lapa, em madrugada de horrores lingüísticos e gramaticais, 25/06/2012 –

Nenhum comentário: