sábado, 16 de setembro de 2017

ENSAIO



O ar chove a ermo,
Penso nesses ensaios,
Ei-los de ar e areia.

Vi mesquinha trapaça,
Pensando na ausência,
Da análise e do espaço.

Busco ao norte uma sina,
Pensando ouço os anos,
Adoráveis ossos fósseis.

Mas há uma ira profunda,
Tormentos não passados,
Dores que atinam o luto.

Esquiza peça que troça,
Ensaístas recém-díspares,
Ao menos, fechem o sonho.

Ou contagiem as madeixas
Abranjam todas as quimeras,
Passado paladino dos seres.

Que o quanto seja o osso,
Rosas que ardem perfumes,
Antena atual de nossas horas.

O ensaio é nada que pensa.
Ironia literal apenas obscena.
Urologista de pobre cassino.

O elo do pleito do leitor,
Toma-te, escritor doido,
Embuste e ante impostor.

Evoque a atual lua malsã,
Umedeça a obra hodierna,
Sofra dúvida não ficcional.





 Adriano Nunes 


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