escrevo com força.
não quero a tortura dos pensamentos conexos...
a primeira letra teima em ficar maiúscula.
sinto raiva.
não gosto de maiúsculas!
escrever é mais que desabafo.
é o ar.
é vício.
adrenalina exposta e contida.
já estou ficando lógica...
expulso.
expurgo.
quero a catarse,
a exaustão do transe da escrita.
porque a tarde cai como o pano.
- e encerra-se o ato -
a hora dos suicidas,
dos loucos.
a hora dos anjos...
e do novo.
e de novo:
todos os dias a tarde vai......
e luzes de estrelas mortas pontuam o céu.
buzinas e carros,
e pessoas nos carros.
mais rápido.
mais pálido.
cachorro late.
a vidraça separa ruídos.
aranha presa no teto,
tece...
só tece.
quero só tecer no independer do tempo.
pinto o rosto.
máscaras caminham ao longe,
iguais e sempre.
ninguém me vê.
descalço as cores,
fico mais pura.
já é possível sumir no negro.
esfacela o furor...
o que resta é véu.
posso parar.
alma limpa!
paula quinaud
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