[Até as obras de arte
que parecem ser meramente estéticas carregam consigo a potência política porque
são expressões de um determinado tempo, de um determinado espaço, resultado de
vivências específicas, mas principalmente porque suscitam nas pessoas
observadoras o desejo de reflexão. Só de responder intimamente à pergunta
“gosto ou não gosto?” é um exercício grandioso de pensamento, diante da
sociedade domesticada em que estamos inseridos. Nesse aspecto, a arte se revela
como necessidade social, é ofício. É tão necessário ter artista na sociedade,
para estimular a reflexão geral, quanto é necessário ter gari nas ruas. Sem
eles, as cidades são engolidas pelo lixo.]
*Raisa Pina é jornalista e pesquisadora em artes, cultura e
política. Doutoranda em História da Arte pela Universidade de Brasília.
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