domingo, 26 de maio de 2019


 [Até as obras de arte que parecem ser meramente estéticas carregam consigo a potência política porque são expressões de um determinado tempo, de um determinado espaço, resultado de vivências específicas, mas principalmente porque suscitam nas pessoas observadoras o desejo de reflexão. Só de responder intimamente à pergunta “gosto ou não gosto?” é um exercício grandioso de pensamento, diante da sociedade domesticada em que estamos inseridos. Nesse aspecto, a arte se revela como necessidade social, é ofício. É tão necessário ter artista na sociedade, para estimular a reflexão geral, quanto é necessário ter gari nas ruas. Sem eles, as cidades são engolidas pelo lixo.]

*Raisa Pina é jornalista e pesquisadora em artes, cultura e política. Doutoranda em História da Arte pela Universidade de Brasília.


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