sobe vagarosamente a fumaça do dia
em silenciosas sombras que albergam noites e barcos
me digo entre o amor e a fúria
a quietude fibrosa do pó nos móveis da casa
[circulo um pensamento sem rumo nas artérias do fogo]
agora compreendo a convergência química-política-poética
com nossos sons e cinzas formam-se os rumores da língua
que falam as teclas, as células, as árvores, os precipícios
escrever é pedir emprestado às coisas
suas noites e barcos
quiçá, algumas estrelas
durante a travessia
.
Carla Carbatti
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