Na pedra fria de neblinas branca,
Mármore etéreo desta folha franca,
Teu seio risco e rasgo a tua boca.
A forma tua que roubei da rosa,
Que espetalei de cada vez
Em que toquei a tua tez,
Devolvo já desde o mais fundo corpo,
E desde o imo espelho especulante,
Ao que é externo, airoso e fugitivo.
A forma tua que é o mesmo aflato
Aqui presente e de ti mesma
Transbordante, transimanente,
Com meus cinzéis ouso moldar
Em sol, em mi, em nós, em lá,
Em lua... E, ao depois, teu nome
De sussurros sei ouvir. E estacar.
Estátua viva que de trevas veste
Tua nudez (pres)ente e transparente,
Meu próprio sangue em si respira.
E o corpo nosso, material, formal,
Filho do amor, essa magia rubra,
Já me sorri... com lábios de Afrodite.
Igor Buys
15 de agosto de 2011
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