sábado, 20 de abril de 2013

"Confissão..., de Consciência Limpa".





- Esse texto seu, eu gostaria que fosse meu.

Inveja ?

Sim..., inveja.

Mas não aquela inveja perniciosa, que denigre quem a cultiva. Tenho inveja de você, agora, (?), fazendo essa reflexão aos seus 30 anos de teatro.

Eu, com agora, (?), meus 54 anos de teatro, não tive aos 30, essa 'clarividência' de um 'iluminado Jiddu'. Por isso a inveja, por isso uma consciência que brota, mostrando que os 'Mestres' muitas vezes nascem bem depois dos discípulos.

Eu entendo assim, porque nós, simples 'Aprendizes', devemos nos preparar anos e anos a fio, para sermos dignos da unção de um Mestre.
E os ensinamentos..., o Mestre nos passa de cara limpa, pelo caráter de 'Quem' os mostra; com a cara pintada de 'Quem' os pratica; de mãos limpas pela glória de saber estendê-las; com as mãos enluvadas pela honra de 'Quem' fisicamente, não nos toca, mas nos marca na alma.
Sinto um desmedido orgulho de um dia tê-lo conhecido; tenho uma profunda alegria de poder chamá-lo de 'Meu Amigo'.
Tenho a consciência que ainda muito aprenderei, e por esse motivo, quero sempre poder 'Honrar', ao Mestre que conheci, quando eu estive preparado para isso.
Hoje, distantes geograficamente, habita você uma terra que minha foi, e eu, habito a sua, numa troca injusta..., para os daqui.
Mas, passam as horas, correm os dias, segue a vida, e a esperança, de quem sabe em fortunada oportunidade, poder eu dividir com você, um espaço de apresentação, interagir em ato e fato, onde e quando me sentirei um pouco mais próximo do que é ser grande.
Contudo, minha admiração não para:
- Sinto-me um gesto perfeito da mímica; uma palavra dita na força da emoção de um simples contar de história; uma fotografia revelada pela sensibilidade poética do fotógrafo; a rima preciosa do Haikai; a pincelada certa no local exato de uma pintura inesperada, personagem do melhor filme de um cinema possível. Sou a flecha que bem lançada pelo 'Arqueiro', voa em ansiedade à busca do alvo.
É, nasci primeiro porque tinha muito que aprender. Você veio muito depois, porque o que precisava ensinar..., necessitava de discípulos preparados.

Sigamos..., pois, ainda..., as aulas não terminaram. Eu e muitos temos sede de aprender.

Por enquanto, o meu..., muito obrigado.

Olinto Simões - 20/04/2013.

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