terça-feira, 30 de abril de 2013


Alberto Lins Caldas
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assim entre os dedos o cranio de heidegger
o mesmo cranio seco e acido de celan
mesmo gosto de sal lama e aguas de rio

por isso essas marcas nos dois cranios
tempo demais dentro dagua e do lodo
esses sinais cicatrizes cruzadas e anfibias

cranios no caminho de moriah e alem
como marinheiros afogados boiando
entre o largo lodo e o violento das ondas

!sim ha o cranio geometrico de descartes
isso de sonho e loucura q persiste sempre
em todos q degolam e atiram em cabeças

essas marcas nos ossos são os fios de la
dos pescadores de perolas as palavras
essas mesmas q são as primeiras a morrer

e com olhos cheios de vermes celan avança
desde o fim ate o centro da lucidez a treva
devorando todas as fomes a cidade inteira

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