( Lendas do Brechó Sobrenatural-Parte I)
Há alguns dias atrás lancei, neste site, a série Hospital de
Bonecas, que trata-se de causos sobre um estabelecimento que conserta
brinquedos. Pretendo empregar este mesmo estilo na série das lendas do brechó
sobrenatural, cujo a primeira parte, leremos abaixo:
Mara era uma adolescente,moradora do bairro Uberaba na
cidade de Curitiba, que costumava escutar e ver fenômenos sobrenaturais. Como
ela estava causando muitos transtornos a sua família, sua mãe mandou esta
garota para a casa de sua irmã, Regina, que tinha um ferro-velho. Chegando lá
Mara foi trabalhar neste estabelecimento. Porém, a garota via os fantasmas dos
ex-proprietários e dos ex-acidentados dentro destes automóveis despedaçados. Um
certo dia, ela se apaixonou por Daniel, o espírito de um acidentado, ex-dono de
um fusca azul, que estava naquele ferro-velho.
Algum tempo depois Mara apareceu grávida e jurou que o pai
do bebê não era nenhum ser vivo. Sua tia a levou a uma ginecologista, que
confirmou que a jovem ainda era virgem. Na hora do parto, esta moça deu a luz a
uma menina, mas Mara faleceu devido a complicações.
Regina batizou o neném de Carolina e mandou esta criança
para Dalva, sua outra irmã que morava num sítio em Almirante Tamandaré.
Carolina até o final da sua adolescência morou nesta
chácara, conversando com os espíritos da floresta, como se isto fosse natural.
Porém, quando completou dezoito anos, Dalva faleceu e o sítio ficou de herança
para seus primos distantes. Sem moradia, esta donzela se mudou para o centro de
Curitiba com o objetivo de arrumar emprego. Até que ela passou em frente a um
brechó, loja que vende roupas usadas, na Rua Carlos Cavalcanti, onde tinha o
seguinte cartaz:
" - Precisa-se de Vendedora."
Carolina entrou dentro deste estabelecimento e conversou com
a proprietária, Alzira, uma senhora de setenta anos de idade, que logo
simpatizou com a garota. Além disto, a jovem explicou que não tinha onde morar
e a dona falou que alugaria um quarto nos fundos da loja.
Logo, no primeiro dia de trabalho, Carolina sentiu um clima
sobrenatural no brechó, como se os donos das roupas usadas estivessem rondando
o local. Mesmo assim, a garota resolveu escovar peça por peça, para evitar o
pó, até que viu um lindo vestido de bailarina. Assim, ela comentou:
- Como eu gostaria de ser uma dançarina clássica...
Naquela noite, Carolina dormiu e teve o seguinte pesadelo:
Uma adolescente vestida com aquela mesma roupa de bailarina,
disse a jovem:
- Meu nome é Keila, fui proprietária daquele traje de balé e
morri de anorexia há um ano atrás. A vida inteira sempre defendi a pureza e as
artes. Então, por favor, não deixe que nenhuma pessoa devassa compre a minha
roupa.
A balconista respondeu:
- Eu não posso fazer isto, pois a minha função é vender.
Keila explicou:
- Compreendo as suas razões. Mas, por favor, me escute:
- Muitas pessoas promíscuas tem fetiches por fantasias, com
por exemplo a de bailarina. Como a minha vida inteira defendi a moral e os bons
costumes não posso aceitar que fetichistas usem a minha roupa indevidamente.
Pois, estou prevendo que isto corre o risco de acontecer. Por favor, compre
minha veste de dançarina que eu conseguirei um curso de balé, de graça, para
você.
Então, de manhã, Carolina acordou cansada e foi trabalhar.
Na loja, ela escondeu o traje de dançarina clássica. Assim, entraram um homem
com jeito de malandro e uma mulher com roupas vulgares e jeito de garota de
programa. O rapaz perguntou:
- Tem fantasia de bailarina clássica, aí ?
A vendendora respondeu:
- Infelizmente, no momento, não.
Naquele instante, a mulher olhou para o homem e disse:
- Que pena, pois eu queria tanto participar vestida de
dançarina clássica na festa daquela casa de "swing".
O malandro comentou:
- Não faz mal, pois tentaremos em outra loja.
Naquele instante, Carolina abriu uma página do jornal, que
estava sob o balcão. Logo, ela viu um anúncio:
" Concurso Cultural:
Faça uma redação sobre Balé Clássico e ganhe um ano de aulas
de Dança grátis.
Mande seu texto para..."
A donzela não perdeu tempo e participou daquela competição.
Quinze dias depois, saiu o resultado: ela ganhou o concurso e, deste jeito,
conseguiu desfrutar do prêmio.
Luciana do Rocio Mallon
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