Eu sento e abro a primeira lata
em dois ou três minutos termino
mas ela não fica vazia
há o medo bem no fundo
eu abro a segunda e penso em
pássaros
num instante acabo e rio da
liberdade deles
mas ela não fica vazia
há o medo bem no fundo
eu perco a conta e seguro o choro
como criança
ausência de tempo e os pássaros
riem de mim
transborda cada palavra não dita
há o medo bem no fundo
encosto a cabeça
a deixo cair quando não dou por
mim
horas parem de seguir eu penso
um ponteiro indo
o que há agora?
toda partida é mais uma lata
e há um medo bem no fundo
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