Não passo de um sábio inábil
que ,por amor, beija livros
e que, por vício, lê lábios
o meu rigor é frágil, torto, débil
-trapezista enviesado
ousando equilíbrios ébrios-
sou onça desengonçada
fingindo desenvolturas
com as patas fraturadas
garça de asas esgarçadas
que nunca alcança as alturas. . .
e arrasta-se sobre nadas
malabarista de letras
desastrado extraio versos
da tinta dessas canetas
aleijando borboletas. . .
colecionando insucessos. . .
e pondo sóis . . . em gavetas
se ainda faço poesia
‘como manda o figurino’
meu bem . . . é por teimosia
talvez, quem sabe, algum dia
eu me enxergue . . . pequenino. . .
e perca essa má mania.
PAULO MIRANDA BARRETO
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