Em Diário da Vertigem, Marilia Kubota parece transitar entre
o sentir do tempo que passa veloz como um trem desenfreado e o tempo estático
das fotografias, os olhos como flashes, na observação do instante suspenso num
espaço sem gravidade, onde também trafegam as memórias. Tem a cidade como lugar
e observatório. As ruas e sua gente são pautas onde inscreve os poemas. Passeia
entre casas e edifícios e talvez imagine espelhos que refletem pessoas, que na
verdade são – uma pessoa (a poeta?) que celebra – e canta – a vida e seus
mistérios. Nota-se claramente que na voz de Marília ecoam ressonâncias de
tradições filosóficas orientais, prevalecendo no livro uma visão de viajante:
breve, mas atenta, transitória, mas marcante, sutil e vertiginosa, como são as
viagens empreendidas via intelecto/coração.
Nydia Bonetti, poeta, autora do livro de poemas Sumi-ê
(Patuá, 2014), integra o Projeto Instante Estante, curadoria de Sandra Santos,
Castelinho Edições e a Coleção Poesia Viva, do Centro Cultural São Paulo,
publicada em 2012, e as coletâneas QASAÊD ILA FALASTIN (Poemas para a
Palestina), Selo ZUNAI, Antologia Digital Vinagre - Uma antologia dos poetas
neobarrocos. Desvio para o vermelho (Treze poetas brasileiros contemporâneos).
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