sábado, 19 de novembro de 2016

um dia...escreverei
mas nos dias que são noites meu caminhar turva
e não encontro a tinta para começar a pintar a vida curva
numa reta rumo aonde não sei
perdido procuro no porto a pausa da lei
escreverei um livro não sei
só o sonho que ainda não sonhei
sabe o quanto meu fusca capota na curva
nas curvas das gurias
ria que o riso não custa nada
só o amor a dar gozo a mau sinada
desdita vida das musas que fogem
na folhagem procurando serem miradas
fogem quando se querem pegar
riem quando querem chorar
e quando choram tal a força do riso
das veias a ferver
ferve também a alma no poeta
que se crê amante de uma musa
que ora ausente chora
pois o poeta cego se acovarda
teme atravessar a vida para a eternidade da pallavra
lavra a dor acostuma-se a semear o pranto
a principio apenas de si depois dos outros
irriga a vida e se afoga na bebida amarga.
Não sou e nunca serei autor de livros pois a vida
me foge rápida demais para persegui-las e acorrentá-las
em persona aragens.
abraço.

Wilson Roberto Nogueira

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