Morreu Cristovam Tadeu, estou pasma! Não deveria, minha
geração começa a se aproximar desse momento e a finitude sempre nos pega a meio
caminho, apenas começando e isso é triste. Nunca viveremos o suficiente, nunca
completaremos tudo que pretendíamos e fica o por fazer, o meio caminho andado
para a próxima geração. João Pessoa era pequena na época que morei lá.
Cristovam e eu éramos da mesma geração, da mesma tribo por assim dizer, nos
conhecíamos. Porem, conhecidos, simpáticos, gentis, nunca chegamos a ser mais
que formalmente amigos. Faltou a intimidade, a oportunidade de mais conversa,
uma troca maior que poucas palavras em comum além das amabilidades sociais. Tão
certos estávamos da eternidade e das nossas afinidades, que faltou a busca, a
intenção do encontro, a interação real. Agora Cristovam Tadeu morre com essa
amizade que por ser sempre possível, ficou definitivamente adiada. Isso é
triste. Não nos faltaram motivos para firmá-la, não aproveitamos é as
oportunidades. Algo fica incompleto, para o sempre incompleto, e fará falta:
estou triste e estou pasma.
Inês Monguilhott
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