Houve o tempo do amor
Houve o tempo da dor e da peste
Hoje há o tempo da guerra da dor e da peste
O que o poeta escreve
Não retira da mão do bárbaro a espada
Não retira da mão do bárbaro o fuzil
Não retira da mão do bárbaro a pena
Tingida de ódio e fel
é preciso falar sem pose:
Não houve uma segunda guerra mundial
Não haverá uma terceira guerra mundial
Não haverá outra guerra mundial
porque estamos em guerra desde 1914
E o mundo não para a guerra
E o mundo quer mais a guerra
E o mundo é a guerra há mais de século
E o poeta
O poeta vê céu plúmbeo
O poeta vê alma perfumada
O poeta vê espelhos rotos
O poeta quer acabar com a guerra
(À tinta de caneta, tecla de computador)
O poeta quer voltar ao tempo do amor
O poeta quer o fim da matança
O poeta quer a cura da peste
O poeta vai à luta
O poeta morre em combate
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