terça-feira, 12 de setembro de 2017

Epopéia de mim



Não revoam ao sul
Para o azul senil
Do céu que frui

Fui teu
Adereço caro

Sou pássaro raro
Tanto, o pranto
Que não verto

Longe aguarda
Poliniza o estômago
De flor em flor
Que lhe enviesa o pai

Suas coordenadas
Para o belo barroco
Ou neo-parnaso
Remetem o simbolismo
Ao abismo enciclopédico
Em que seu Édipo fantoche
De meus cuidados semânticos
Flerta estilos imateriais
De supostas laudas
Literárias

Eu com a simples
Pena agrária
Remava ares
Notas
Frotas estelares
Viagens agregadas
Guardiãs do estrume
Ora ofertado
Em banquete fajuto.

Suas estéticas
Caquéticas
Anti-naturais

Vem à consciência
Dar-lhe(s) a ciência
Do que
Não se lê
E o coração não vê

Minha alma livre

Cerceia-se em olhares
Ufanares de identidades
Partidárias
E relicários para
Colecionar o vácuo.

Da redação
Curvo-me urge ler
Pisotear as pétalas
Mal agradecidas do seu
Invólucro ser

Emerjo a fumaça
Da carcaça das lontras
Das convenções autorais

Espessa a solidariedade
Lexical
Exoesqueleto de esquecido
Panfleto sacerdotal.

Minhas asas supõem voos

E não

Imersão; portanto.

ACM

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