o poema
aquela valsa avulsa
aquela vista em volta
aquela vasta voz...
depois era descer
às gretas do infinito
do âmago, ao calabouço
do momento impossível,
arder, atento, em busca
da mágica quimera
que toda alegria abriga
em si: outra diáspora?
o poema
pouco a pouco, as laringes
de grafite se fundem
à folha... e tudo surge,
súbito, estranho cosmo
de imagens, águas-vivas,
medusas, algas, conchas
acústicas, sereias...
depois era voltar
à superfície frágil
da vida, às ilusões,
à procura de luz!
Adriano Nunes
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