Abraçados de rostos colados,
Sentados nas roliças pedras,
Desgastadas pelos abraços do tempo,
Os pés beijados pelas águas,
Que deslizam suaves, como nuvens
Daquele rio submisso;
Sentimo-nos acariciados pela brisa,
Que carinhosamente nos sussurra;
O murmúrio da corrente,
Como melodia de enfeitiçar,
Eleva-nos bem alto na suavidade
Dos pensamentos
E voamos…
Voamos, por montanhas e vales
E chegamos ao topo do Céu,
Somos recebidos por anjos,
Num belo salão,
Iluminado por estrelas cintilantes,
Em total esplendor de glória!
Será real, será quimera?
É certamente a ilusão,
De corações palpitantes,
Que se deixaram hipnotizar,
Pela serenidade da natureza.
José Carlos Moutinho
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