Eu escrevo sobre mulheres, pois acho lindo imaginá-las
majestosas e donas de seus corpos, caminhando em direção a um pôr do sol,
sumindo no horizonte dos sonhos.
Acho gentil a poética de seus ventres quando as trompas de
transformam em galhos cheios de flores. Existe tanta beleza na anatomia das
ancas arredondadas, uma arquitetura sutil dos desníveis.
Admiro a deformação de seus rostos quando sentem; me encanta
a euforia de suas vozes e o silêncio de suas dores. São seres que não passam
incólumes pela cerca viva e espinhosa da grade de suas próprias costelas.
São jeitos de quem aprendeu sobre os contornos da
existência, que enfrentou os desvios necessários das lâminas, que sobreviveu
aos abismos diários das pequenas mortes.
Eu escrevo sobre mulheres para descobrir os segredos do
mundo.
Samantha Abreu
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