terça-feira, 31 de outubro de 2017

Néctar a dois



Nem brilho,
Nem estribilho,
Nem quem,

Efervilha qual ilha
Qual quem, ninguém
Levita seres do além
Tao

Se mal, se bem
Se azul, escarlate ou refém
Sem quem, em mim, ajuíza
Ou não,

Lembrarão, lembrei
Porque não sou lei
Tampouco remo palavras
Em busca da margem

Não submerjo ao coração
Não guio pela mão
Não esfrio o quentão, não

Em calafrios da extensão
Subsumi amor ao eterno galardão
Pressuposto
Na adoração, no verbo,
Na arte, destarte pão
Suave
Grave
Ou canhestra mestra,
A atividade clichê
Das teclas em expressar
Ego e putrefação.

Sim, já naufraguei no
Pior chavão

Sim já me deliciei na sintaxe
Desenlace de uma saga
Prosa formosa
Em brasa edição.

Quando o universo que trago
No bolso do paletó para te
Dar
Sentido puro
(Rede Globo e risos fáceis)
Ao sol dos meus olhos
Castanhos
Enxergaria teus rentes sonhos
Da virtual conexão.

Meus trabalhos se enlutam
Pelo amor
Também

Revelo expressões indeléveis
Da tua aurora aos inconscientes
Coletivos, múltiplos totens
Sintaxe da auto comiseração

Minha poesia, meu mel
Doce, tão, poesia

Valeria o espaço, ó musa da sedução,
Entoar os versos reversos da virtual
Comunicação?

Aquém de todo olhar, pois
Teu julgar, ufanar, ou remediar
Não
Remediarão meu pragmatismo
Engolido nas horas de solidão
Em doses de isopor
Vazio

E prece pelo perdão.

Sou ética dos trópicos,
Rapsodo no cárcere do coração
Em luas virtuais navego sóis
Orbito a significância do totem
Dos olhos dos deuses
Inventados

Ao quadrado o verbo
Somado e subtraído o ângulo
De minha dor,
Estipulam pernas que caminham
E olhos que choram
E coração
Que aguarda,
A farda da precisão, enlutar
O adeus que me remeteu
Não-ateu
Ao estrelato da mais longínqua
Galáxia
Buscando o retorno do brilho
Estribilho

Da minha canção.
Voa voa voa
Povoa a Terra com os olhos
Indagando ao centro da atenção
Se nas paragens ermas das horas
Sobrevivo, matemática da real ilusão
Em nuances do bravo revolucionário
Conjugo verbo ordinário a elucubrar
Sentinelas semânticas da cordial
Expressão literária

Pois águia hibernada
Pois cativa palpitação

"Sorve o amargo da minha ausência
A cor do arco-íris negro de nossa angústia
Dual"

Ligo a TV e vejo os patetas saltimbancos
O voo do beija-flor não me causa espanto
O mais doce amor não me enluta o peito
No sepulcro das horas
Em que mãos e mãos percorreram
A aurora
Dos cabelos de outrora
Conjugados pela fiel
Correspondência
E norteados
Pela real metafísica querela
Em remediar o ego
Palavras, palavras, prosas
Epopéias

Rapsódia minha no encalço
De um olhar

Epopéia de nós
Ou

Último ofegante poema
Limitado ao espaço dos passos

Meus erros crassos
Sempre em tua consideração.

Pois me banho de cores
E me perfumo com estrelas
E canto a música de Deus

E dos anjos, nós,
O frenesi dos jornais
Em fogo.

E nós néctar e ambrosia.


ACM

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